terça-feira, 25 de setembro de 2007

Olho praquela gente suada amontoada pra pular em euforia batidas dinâmicas, sucessivas e mais agitadas que harmõnicas, estampa-se uma expressão em cada par de olhos, vira-se 360º, e é tudo igual. Cada um trancado no seu problema, no seu sentimento, sentindo o que sente e ninguém mais pode saber.
E não era a sua falta que eu sentia, era alguma coisa que ali já não estava há muito tempo.
Eu morri. São sei quando morri, e sinto que só levo esse corpo que me pede prazer e dou a ele, não pede dor mas recebe mesmo assim.
O vazio das notas repercute nos ouvidos de todos no recinto. O vento e a chuva me cortam e já não sinto mais seus braços em lugar algum.
Minha mente se acalma em algum lugar sinto você chegar, abrir a porta, sorrir e fazer o que sempre faz. Ah, que belo sonho utópico, distante da racionalidade e tão próximo da condição ilusória impossível das circunstâncias!

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Tome o café de todas as manhãs
Na mesma rua, os mesmos ares
Ora frios, obafados
Observa os seres envidraçados por passos largos na rua
Que rumam com pressa a algum lugar
Que rumam sem pressa a lugar algum
Que têm os olhos turvos, olhos tristes
Olhos clichês, olhos vidrados
Olhos envidraçados de alguém que tinha pressa para passar poe essa rua
Por essa vida, e assim era teu olhar .

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Vamos lá, vamos começar a escrever.
Certo. Muitas idéias, ok.
Preciso de um cigarro. Ótimo. Bolsa, bolsa... cadê a maldita bolsa? Aqui, ah achei!
Isqueiro, isqueiro, where is the fuckin lighter? Opa, achei, ai não acende AI FILADAPÚTA meu dedo.
Hm... vejamos o texto, certo, o texto... hmm...
Idéias
Hoje eu...
Butuca um, butuca dois, ai maldição.
Cigarro três, alguém chega, apago correndo.
Merda, cigarro inteiro, ai vou chorar.
Deve estar na hora do remédio. Comprimido rosa do Sábado, ai, maravilha.
Ok, outro cigarro, agora vamos nós.

domingo, 16 de setembro de 2007

In this town, I used to be the king here,
Now I don't mean a thing here
where did it all go wrong?

I look around, and noone knows my face here,
I feel so out of place here, Where did all go wrong?

I say your name, And I wonder where you are now,
I hope you're doing fine, Well I hope that you found love...
I hope that you found love...

I've been thinking of you, every waking hour,
Staring at the wall, trying to find the nerve to call...
Look at your photo and I wonder
Are you still on this number?
But In my heart I know
You changed that number long ago

We said goodbye, you begged me not to leave you,
I didn't want to leave you, but you know I had to go...

I said look for me, when the spring sun shines on the street,
Where we'd meet and plan our future, But I never made it home...
I never made it home...

I turn around, head on over to your street yeh,
Just in case you might still be there, but now they've pulled it down...
Now they've pulled it down...

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Fiquei basicamente uma hora com S no telefone. Ela estava nos USA então não fazia grande diferença no orçamento dela, já que lá mesmo sendo pobre, com cinco dólares dá pra fazer uma ligação de cinco horas.

A me convidou pra sair, pelo jeito dele sair é o mesmo que trepar. Ele era simpático e tudo mas, nada que me impressionasse muito além do corpo. Parece aquele cara alto astral, mas tem o defeito de vir com o dispositivo "Alegria alegria" sem o off. Então, espero alguma ligação no 14º dia.

É ridículo ficar pensando em alguém que você sabe que não pensa em você. Sabe que não tem por você o mesmo afeto e, principalmente, não gasta tanto tempo pensando em você do que você pensando nela.
Às vezes eu penso que só você era bom o suficiente pra estar do meu lado. Os outros me parecem um peso morto, um maldito peso morto que carregam um pau.
Às vezes penso em como teria sido o seu sorriso com determinada piada, ou determinado acontecimento. É automático pensar "se ele estivesse aqui". Na verdade nem penso isso. A sua presença se faz como a fumaça, o seu sorriso vem bem na hora que eu sei que viria, e você desaparece de novo, me deixando ali no vácuo pra ser sugada pelas vozes do mundo.

Às vezes eu penso na sua pele. Na sua euforia. No bosta que você era. Às vezes eu penso no tanto que fiz pra você ficar com raiva, quando na verdade queria dizer que estar ali era tudo.
Às vezes eu penso que mais gente pensa assim. E que isso tudo que eu senti você já teve demais, que eu tava certa, nunca ia entrar na sua vida porque era tudo igual pra você. Buceta era buceta e ponto, tava ali pra ser comida. Eu tento insistir pra mim mesma que não era assim, mas era.

Era tudo igual. Era tudo mesma coisa.
E eu ainda penso nisso, penso muito nisso. Penso que isso me corrói a mente. Penso que nessa maldita cidade, a cada esquina está você caminhando em algum lugar. Eu te espero pra ver se você aparece, mas nunca é mágico como nos filmes. Eu nunca te vejo e morro aos poucos.
Como é ridículo.

Sinto que meu pensamento é oco. Que você está aí mas não volta, eu sei o que você pensa. Você nunca vai voltar. Tento me convencer que você tenta me abafar em alguma música, acender um cigarro pra tragar e baforar seu nervosismo.
E cigarro funciona, e é nele que eu espremo aqui jogada na cadeira do computador.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Era uma garota tão doce. O que sempre me atraiu nela foi o seu silêncio, não era um silêncio qualquer, era cheio de contrastes e pequenos silêncios uns dentro dos outros como ondas num lago.
Ela não tentava me entender, sabia que era tolice pretender isso. Odeio pessoas que entendem, nada é mais sujo e abjeto, entender é o pior insulto, um engodo embrulhado em papel dourado.
Entre nós não foi preciso entender: eu tinha a minha dor com palavras e ela o seu silêncio.

Uma tarde apareceu na minha casa. Fazia seis meses qye não tinha notícia dela, foi uma grnade surpresa. Eu estava vestido porque ia sair. Perguntei como iam as coisas com o cara. Ela não quis falar disso, pediu que eu me deitasse na cama e depois subiu em cima de mim. Tentei abraçá-la. Disse que eu não fizesse nada, que ficasse quieto, que não dissesse uma palavra. Sua voz era dura e raivosa. Era se remexeu em cima de mim com calma e em seguida foi acelerando pouco a pouco. Não me beijou. Suas mãos tocavam o meu rosto e ombros com extrema delicadeza. Ficou uma meia hora em cima de mim e depois se despediu. Não sabia o que fazer, fiquei ali deitado sentindo o seu corpo, com medo de perdê-lo mais uma vez, sentindo como o seu calor esfriava levemente sobre mim, como a sensação de movimento ia ficando imóvel, como se esvaía sua figura, como me deixava sozinho até o fim do mundo. Eu estava molhado e cada extremo da minha pessoa pulsava como mil medos no coração de um pássaro. Não queria pensar, não queria a sombra de uma idéia, não queria saber, queria ficar ausente como o lado oculto de um sonho.

Mudar-se é a pior coisa que existe: deixar um lugar, colocar as coisas num caminhão que o levará para um lugar novo. Os lugares costumam ser anti-sociais no começo, alguns o são sempre. Para trás ficam amigos e namoradas, fica a cor do céu a determinada hora e em determinada companhia. Pensei que uma certa garota era a minha recompensa por cada osso quebrado e tanto impulso assassino, pensei que com ela não haveria truqes nem desassossego, que por fim ia me jogar na grana e respirar o ar do amanhecer. Enfim, Pior. Fui mais eficaz do que a vida, fiz de uma certa garota outra armadilha, outro salto para o vazio e a dor mais aguda e duradoura de todas.

O amor é bom enquanto dura mas às vezes dura demais. Eu gostaria de pensar que tudo acaba e começa, eu gostaria de dizer que a experiência ajuda, eu gostaria de saber que estou morto, que não levo nem jeito pra mim. Felizmente, quando as coisas vão mal alguém vem e as piora, esse é o único alívio.

Era uma vez o amor mas tive que matá-lo, Efraim Medina Reyes