sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Fiquei basicamente uma hora com S no telefone. Ela estava nos USA então não fazia grande diferença no orçamento dela, já que lá mesmo sendo pobre, com cinco dólares dá pra fazer uma ligação de cinco horas.

A me convidou pra sair, pelo jeito dele sair é o mesmo que trepar. Ele era simpático e tudo mas, nada que me impressionasse muito além do corpo. Parece aquele cara alto astral, mas tem o defeito de vir com o dispositivo "Alegria alegria" sem o off. Então, espero alguma ligação no 14º dia.

É ridículo ficar pensando em alguém que você sabe que não pensa em você. Sabe que não tem por você o mesmo afeto e, principalmente, não gasta tanto tempo pensando em você do que você pensando nela.
Às vezes eu penso que só você era bom o suficiente pra estar do meu lado. Os outros me parecem um peso morto, um maldito peso morto que carregam um pau.
Às vezes penso em como teria sido o seu sorriso com determinada piada, ou determinado acontecimento. É automático pensar "se ele estivesse aqui". Na verdade nem penso isso. A sua presença se faz como a fumaça, o seu sorriso vem bem na hora que eu sei que viria, e você desaparece de novo, me deixando ali no vácuo pra ser sugada pelas vozes do mundo.

Às vezes eu penso na sua pele. Na sua euforia. No bosta que você era. Às vezes eu penso no tanto que fiz pra você ficar com raiva, quando na verdade queria dizer que estar ali era tudo.
Às vezes eu penso que mais gente pensa assim. E que isso tudo que eu senti você já teve demais, que eu tava certa, nunca ia entrar na sua vida porque era tudo igual pra você. Buceta era buceta e ponto, tava ali pra ser comida. Eu tento insistir pra mim mesma que não era assim, mas era.

Era tudo igual. Era tudo mesma coisa.
E eu ainda penso nisso, penso muito nisso. Penso que isso me corrói a mente. Penso que nessa maldita cidade, a cada esquina está você caminhando em algum lugar. Eu te espero pra ver se você aparece, mas nunca é mágico como nos filmes. Eu nunca te vejo e morro aos poucos.
Como é ridículo.

Sinto que meu pensamento é oco. Que você está aí mas não volta, eu sei o que você pensa. Você nunca vai voltar. Tento me convencer que você tenta me abafar em alguma música, acender um cigarro pra tragar e baforar seu nervosismo.
E cigarro funciona, e é nele que eu espremo aqui jogada na cadeira do computador.

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