sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Não vou mais te atrapalhar com isso porque sei que
Nunca vou ser a maldita letra do alfabeto que sempre completarás com o meu nome
Não serei o livro de veneno pelo qual querer irás acabar com tua vida
Não vou ser mais que teu gozo demorado, mais que o que tua alma superficial permite
Nunca vou ser mais do que duas ou três fotos e umas trocas de palavras breves que nem se quer se aproximam de amor.

Não vou ser a que pensa em você enquanto espera pelo ônibus
Não vou ser a que te guia
Não vou ser a que se assemelha com vossa santíssima Mãe

Não vou ser a que tu amas
Não vou ser a qual pela quem clamas
Pela qual clamas nas noites escuras que sente medo
que sente desejo, desejo imensurável de alguém ali

Cinco, dez, vinte cigarros
te puxo pra dentro de mim e puxo em forma de veneno pro ar
pra poluir a maldita atmosfera dos fantasmas que rondam à noite
e sussuram ao ouvido teu nome
que repercute em lugar ainda desconhecido.

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